Você já sentiu que sua percepção sobre sua própria situação financeira não bate com a realidade dos seus números? Essa desconexão tem um nome: dismorfia financeira. É um termo que descreve a lacuna entre o que você pensa sobre suas finanças e o que realmente está acontecendo na sua conta bancária.
Em alguns casos, a pessoa pode ter uma situação financeira sólida, com uma reserva de emergência e contas em dia, mas ainda assim viver com a sensação constante de aperto e escassez. Em outros, a realidade é oposta: indivíduos já endividados e sem qualquer reserva continuam gastando como se estivessem em total controle e abundância.
A dismorfia financeira é um fenômeno que tem sido observado com particular relevância na Geração Z, ou seja, nos jovens nascidos entre meados dos anos 1990 e 2010. Muitos deles já enfrentam um cenário financeiro desafiador desde cedo.
De acordo com o Mapa de Inadimplência e Negociação de Dívidas, publicado pela Serasa em dezembro de 2024, uma parcela significativa desses jovens está com contas em atraso: 34,1% da Geração Z encontra-se inadimplente.
Essa realidade se torna ainda mais complexa quando combinada com a dismorfia financeira. A pressão social, a exposição constante a padrões de consumo nas redes sociais e a falta de educação financeira podem contribuir para que esses jovens distorçam sua percepção, seja gastando além do que podem (acreditando ter mais do que realmente possuem) ou vivendo com ansiedade financeira excessiva, mesmo quando sua situação é relativamente estável.
Para identificar se você ou alguém próximo está sofrendo de dismorfia financeira, é fundamental confrontar a percepção com os dados reais. Isso inclui:
Revisar extratos bancários e faturas de cartão de crédito: Entenda exatamente quanto entra e quanto sai, e para onde o dinheiro está indo. [Vídeo: Planejamento Financeiro]
Criar um orçamento: Tenha clareza sobre suas receitas e despesas fixas e variáveis. [Vídeo: Controle de Orçamento Mensal]
Avaliar dívidas: Saiba o montante total das suas dívidas, as taxas de juros e os prazos. [Vídeo: Cálculo de Quitação de Dívidas]
Construir uma reserva de emergência: Ter uma segurança financeira é essencial para reduzir a ansiedade e evitar o endividamento em imprevistos. [Vídeo: Se torne o seu próprio banco]
Seja qual for o lado da dismorfia financeira – sentir-se pobre quando não é, ou rico quando não deveria –, o primeiro passo para a mudança é o reconhecimento. Buscar informação, planejar-se financeiramente e, se necessário, procurar ajuda profissional são atitudes que podem levar a uma relação mais saudável e realista com o dinheiro.