A Semana 25 de 2025 foi marcada por uma queda no Ibovespa após a decisão de aumento de juros, e um dólar relativamente estável. O cenário global foi ofuscado pelo conflito entre Israel e Irã, que gerou volatilidade em commodities. No Brasil, o debate sobre a dívida pública e a alta carga tributária dominou as discussões.
Estados Unidos: A economia americana mostrou sinais de desaceleração, com queda de 0,2% na produção industrial e a maior queda nas vendas no varejo em dois anos, indicando uma possível recessão. O Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros inalterada (entre 4,25% e 4,5%), aguardando mais clareza sobre os efeitos das tensões globais e a inflação em 2,4% (ligeiramente abaixo do esperado). A dívida pública atingiu quase US$ 37 trilhões, gerando preocupação pela ausência de investimentos em infraestrutura que justifiquem tal endividamento. A Paramount demitiu 3,5% dos funcionários, refletindo a crise da TV a cabo. A semana também viu o anúncio de um novo óculos de realidade virtual da Meta (Facebook) com inteligência artificial.
Europa: A produção industrial na Zona do Euro caiu 2,4% em abril, e o Reino Unido sofreu a maior retração econômica desde 2023. A inflação na Zona do Euro desacelerou para 1,9%, e o Banco Central da Inglaterra manteve os juros inalterados. A confiança do consumidor na Zona do Euro caiu mais que o esperado em junho. As bolsas fecharam em alta com o alívio das tensões geopolíticas, mas a economia ainda enfrenta dificuldades de crescimento e alta burocracia.
Ásia: A produção industrial chinesa subiu 5,8%, e as vendas no varejo avançaram 6,4%. A China está aproveitando o prazo dado pelos EUA (90 dias) para intensificar exportações antes de uma nova rodada de conversas sobre tarifas. O banco central chinês manteve a taxa de juros baixa (3% para empréstimos de 1 ano, 3,5% para 5 anos), o que é visto como um problema dado o crescimento mais lento. A taxa de desemprego entre jovens caiu para o menor nível em 11 meses, mas o preço dos imóveis continua em queda acelerada. A China também realizou evacuações de cidadãos do Irã e Israel, demonstrando preocupação com o conflito.
Cenário Político-Econômico: A percepção geral é de exaustão com o aumento constante de impostos, como o IOF (que o governo tentou compensar com novas propostas). A proposta de taxação de investimentos (5% de IR para LCA, LCI, FIIs, Fiagros) e o fim da isenção de R$ 35 mil para venda de criptomoedas geraram forte oposição do setor privado, que vê risco de êxodo de investidores. O governo busca arrecadar R$ 31 bilhões com essas alternativas. A popularidade do Presidente Lula caiu (55% de desaprovação), impactada pelo debate do IOF, aumento de impostos, o escândalo do INSS e a falta de um plano de corte de gastos. O ministro Haddad tirou uma semana de férias, gerando críticas.
Selic e Inflação: O Banco Central elevou a taxa Selic em 0,25%, para 15% ao ano, colocando o Brasil com a segunda maior taxa de juro real do mundo. A inflação anualizada está em 5,32%, acima da meta, puxada pela alta na conta de luz e no preço do café. Empresas pequenas e médias estão recuando no faturamento e mais de 30 mil empresas entraram em recuperação judicial.
Bolsa de Valores (Ibovespa): O Ibovespa fechou a semana em queda de 1,1%, atingindo os 137.000 pontos, após ter chegado próximo dos 140.000 pontos no meio da semana. A queda foi atribuída ao aumento de juros e aos ataques no Oriente Médio.
Câmbio e Dólar: O dólar teve uma leve alta após uma queda no início da semana, fechando na faixa dos R$ 5,52, considerado um patamar ainda muito bom. A volatilidade é vista como parte do processo em meio às incertezas.
Cenário Político-Econômico e Outros: O Presidente Milei classificou o Irã como inimigo da Argentina, citando atentados da década de 90. A Argentina registrou a menor inflação em 5 anos (1,5% em maio), uma queda de 80% em relação ao pico, o que surpreendeu o mercado e recebeu apoio do FMI. O país viu um aumento nas exportações agrícolas e os argentinos estão "invadindo" o Brasil, impulsionando o turismo e o comércio local, devido à valorização do peso. Milei reforçou a importância de cortar gastos para melhorar a economia, e o sucesso de suas medidas pode servir de exemplo para o Brasil nas próximas eleições.
O mercado de criptomoedas teve uma semana morna, com o Bitcoin e altcoins andando de lado, mas com notícias importantes. O JP Morgan registrou a marca "JPMD" para serviços de pagamentos em criptomoedas. O império de criptoativos de Donald Trump é estimado em quase US$ 1 bilhão. Em momentos de conflito global, o Bitcoin tende a cair, pois é o único mercado que funciona 24/7 e permite aos investidores vender e buscar liquidez em finais de semana, como ocorreu com o ataque de Israel ao Irã.
A próxima semana será dominada pela continuidade das tensões geopolíticas (conflito Israel-Irã), que já resultou em centenas de mortos e feridos, com a preocupação de um possível envolvimento dos EUA na guerra. No Brasil, a agenda fiscal e a alta de juros continuarão no foco, com a expectativa de que a crise fiscal só vai piorar. A população está esgotada com o aumento de impostos e a falta de um plano de crescimento saudável. A popularidade do governo federal segue em queda. O conselho é para os investidores não ficarem paralisados pelo medo. É fundamental manter o foco no longo prazo, investir em boas empresas, evitar alavancagem, e continuar aportando mensalmente. A renda fixa pode ser uma aliada em um cenário de juros elevados.