A Semana 28 de 2025 foi marcada pela alta histórica do Bitcoin, mas também pela subida do dólar e queda do Ibovespa no Brasil, impactados pelas novas tarifas de Trump e incertezas políticas. O cenário global continua tenso, com desafios econômicos e a escalada da disputa entre EUA e BRICS.
Estados Unidos: A semana viu a celebração da independência americana. O déficit comercial subiu 18%. Dados de emprego vieram acima das expectativas (147 mil vagas), o que pode dificultar a queda dos juros. A briga entre Elon Musk e Donald Trump continua, com Trump mencionando a possibilidade de deportar Musk. Trump aprovou um pacote fiscal que diminui impostos, mas eleva a dívida. As bolsas de Nova York (S&P, Nasdaq) bateram recordes. A Nvidia se tornou a primeira empresa a atingir US$ 4 trilhões em valor de mercado, e várias outras empresas já valem mais de US$ 1 trilhão. A ata do Fed mostrou algum apoio a um corte de juros ainda em julho/agosto. No entanto, Trump impôs tarifas de até 50% sobre alguns países, incluindo o Brasil (com 50%), a maior tarifa aplicada, o que gerou impacto negativo nos mercados afetados.
China: Os preços ao consumidor subiram pela primeira vez em 5 meses, mas a situação econômica geral ainda é preocupante. A guerra de preços entre fabricantes leva à maior deflação em quase 2 anos, indicando um possível foco no mercado interno devido às dificuldades nas exportações para EUA e Europa.
Europa: As vendas no varejo da Zona do Euro caíram 0,7%, e a produção industrial da Alemanha e Itália teve leve alta ou queda, mostrando que a economia europeia permanece estagnada, engessada pela burocracia e altos impostos. As exportações da Alemanha caíram mais que o esperado. Reino Unido e França criaram um programa para combater a imigração ilegal, que tem gerado custos altos para os países. As bolsas caíram devido às tarifas de Trump.
Ouro e Petróleo: O ouro, por sua vez, teve leve avanço, com mais de 37% de alta em um ano, e o petróleo, apesar de uma queda na semana, continua em preço elevado (cerca de US$ 70 o barril), impulsionado pelas tensões geopolíticas.
Cenário Político-Econômico: O principal destaque foi o "roubo do século", onde hackers desviaram mais de R$ 1 bilhão de sete instituições, com um suspeito preso. O caso levantou dúvidas sobre a segurança e a profundidade da fraude. O país abriu quase 150 mil vagas de trabalho em abril, com queda do desemprego, mas a dívida bruta do Brasil continua a subir de forma "fora de controle", podendo atingir acima de 80% do PIB neste governo. Estatais como os Correios podem precisar de até R$ 5 bilhões da União para evitar colapso. O setor público registrou déficit. Os brasileiros já pagaram R$ 2 trilhões em impostos. A arrecadação é recorde, mas as contas públicas têm déficit. O governo federal (PT) lançou um site para cadastrar influenciadores pró-governo e há uma briga contínua com o Congresso e o STF, o que cria instabilidade. A política do governo Lula, vista como "antiocidente" e "pró-BRICS", é apontada como o principal motivo da tarifa de 50% imposta por Trump ao Brasil, impactando exportações (petróleo, ferro, aeronaves, café, carne, combustíveis) e gerando volatilidade e pressão inflacionária. A popularidade do Presidente Lula caiu para 23,9% de avaliação positiva, o menor índice do mandato.
Selic e Inflação: O setor de serviços cresceu 0,1% em maio e as vendas no varejo recuaram 0,2%. O IPCA subiu 0,24% em junho, estourando a meta de inflação e elevando a taxa anualizada para 5,35%. Isso é preocupante, pois, apesar das altas recentes da Selic, a inflação persiste, sendo vista como reflexo do governo "tacando gasolina" na economia.
Bolsa de Valores (IBOVESPA): O Ibovespa caiu na semana, afetado pela tarifa de Trump e pelo desempenho do cenário político.
Câmbio e Dólar: O dólar subiu, fechando em R$ 5,54, também influenciado pela tarifa de Trump e pelas incertezas políticas.
Cenário Político-Econômico e Outros: A justiça indiciou o ex-presidente Alberto Fernández por suspeita de corrupção. Em derrota para Milei, o Congresso aprovou o reajuste das aposentadorias. No entanto, Milei continua com a tesoura afiada, tendo dissolvido ou transformado 111 organismos públicos em um ano. Os Estados Unidos aprovaram um acordo de tarifa zero para 80% das exportações argentinas, com o restante taxado em apenas 10%, mostrando uma postura de cooperação, em contraste com o Brasil, que optou pelo embate.
Foi uma semana muito positiva: o Bitcoin ultrapassou os US$ 117.000, batendo vários recordes e saltando mais de 6%, puxando todo o mercado (altcoins também registraram altas expressivas, com o "mapa" todo verde). Já há quem fale em Bitcoin a US$ 200.000. Algumas "baleias" (grandes detentores) movimentaram suas carteiras após 14 anos, demonstrando o potencial de valorização a longo prazo.
A próxima semana será marcada pela intensificação da guerra tarifária de Trump, com a entrega de "cartas tarifárias" para 12 países e o desenrolar das negociações sobre o TikTok, o que pode gerar muita volatilidade. No Brasil, o cenário político (com a eleição de 2026 já em andamento), o aumento de impostos, a fragilidade fiscal e os desdobramentos do "roubo do século" continuarão a influenciar o mercado. O Brasil é visto como uma "bola da vez" para investimentos externos, mas a postura "antiocidente" do governo atual afasta o capital. Acredita-se que uma eventual troca de governo para um alinhado ao Ocidente (o "trade Tarcísio" ou similar) poderia impulsionar o Ibovespa significativamente, possivelmente para 160.000, 180.000 ou até 200.000 pontos após as eleições. A recomendação é manter o foco no longo prazo, investir em boas empresas, diversificar e não se desesperar com a volatilidade de curto prazo.