A Semana 24 de 2025 foi marcada por uma estabilidade nos indicadores brasileiros, mas com a sombra de novos impostos e um cenário geopolítico global tenso, especialmente o conflito entre Israel e Irã, que impactou os mercados de petróleo e ouro. O mundo das criptoativos observou iniciativas de grandes empresas, enquanto a economia internacional lidou com desafios de crescimento e tensões comerciais.
Estados Unidos: A economia americana mostrou-se estável, com inflação em 2,4% (levemente abaixo do esperado) e a confiança do consumidor em recuperação, impulsionada por um possível acordo comercial com a China. No entanto, houve a notícia de demissão de 3,5% dos funcionários da Paramount (reflexo da crise da TV a cabo e do alto custo do streaming). A criação de novas vagas por empresas para o futuro está em declínio. A dívida americana continua a crescer, aproximando-se dos US$ 37 trilhões, o que gera preocupação, especialmente por não estar atrelada à construção de infraestrutura produtiva. A reunião do Federal Reserve (Fed) sobre juros é esperada na próxima semana, com pressão de Trump por uma queda, que se torna mais difícil com a alta do petróleo.
Europa: A produção industrial na Zona do Euro caiu 2,4% em abril, e o Reino Unido sofreu a maior retração econômica desde 2023. As bolsas europeias caíram no final da semana devido ao ataque de Israel ao Irã. A Europa não demonstra grande crescimento, mas a inflação da Zona do Euro desacelerou para 1,90%, e as vendas do varejo subiram um pouco, com o desemprego em níveis baixos (Itália e Espanha com o menor desde 2008). A Alemanha aprovou um pacote de redução de impostos, embora o cenário geral ainda seja de cautela devido a tarifas e incertezas.
Ásia: A China demonstrou avanços nas conversas com os EUA sobre as "terras raras" (minerais críticos), com um acordo de princípio e aprovação de licenças para exportação. No entanto, as exportações desaceleraram em maio, e a deflação está se aprofundando, levantando comparações com a "década perdida" do Japão nos anos 80/90 e preocupações com uma possível crise imobiliária e econômica.
Cenário Político-Econômico: A percepção geral é de que "ninguém aguenta mais imposto", com a aprovação de medidas como o aumento do IOF (que o governo tentou compensar com novas propostas). Há planos de taxar investimentos (5% de IR sobre LCA, LCI, FIIs e Fiagros) e apostas (bets). O setor privado publicou um manifesto contra as MPs de compensação, classificando-as como um "triste capítulo do governo". O Ministro da Fazenda, Haddad, estaria perdendo poder, e a popularidade do Presidente Lula caiu, com 55% dos brasileiros desaprovando sua administração, em parte devido ao aumento da carga tributária sobre a classe média para financiar benefícios sociais. O fim da isenção de IR para venda de criptomoedas até R$ 35 mil é visto como um risco de êxodo de investidores.
Selic e Inflação: A inflação desacelerou, mas ainda está acima da meta, com a inflação anualizada em 5,32%. A alta na conta de luz e o preço do café foram fatores que puxaram o índice. Há expectativa de uma "última alta" na taxa Selic na próxima reunião do COPOM.
Bolsa de Valores (Ibovespa): O Ibovespa recuou levemente na semana, fechando na faixa dos 137.000 pontos, impactado pelos ataques entre Israel e Irã, mas é considerado um desempenho aceitável dadas as tensões globais.
Câmbio e Dólar: O dólar fechou a semana estável, na faixa dos R$ 5,54, o que é considerado um bom patamar, especialmente comparado ao início do ano, quando se projetava que a moeda atingiria R$ 6,30 ou mais. A queda do dólar é vista como uma oportunidade para dolarizar patrimônio.
O mercado de criptomoedas continuou andando de lado, com o Bitcoin encontrando resistência para passar dos US$ 110 mil e as altcoins sofrendo um pouco mais. As notícias mais relevantes da semana foram as discussões de gigantes como Amazon e Walmart sobre o lançamento de suas próprias stablecoins, e o lançamento de um cartão de crédito pela Coinbase (em parceria com a American Express) oferecendo cashback de até 4%. Essas iniciativas são vistas como muito positivas para a adoção e liquidez do mercado cripto, servindo como um "cavalo de Troia" para a entrada de mais pessoas. A possível taxação de criptomoedas no Brasil (para compensar o IOF) gerou forte crítica e preocupação com a fuga de investimentos.
A próxima semana será crucial, com a reunião do Federal Reserve (Fed) e do COPOM (Comitê de Política Monetária do Brasil) sobre as taxas de juros. O cenário global é de grande preocupação devido aos impostos crescentes no Brasil e à escalada do conflito entre Israel e Irã, que, embora distante, já impactou os preços do petróleo e ouro, e gera medo de uma "terceira guerra mundial". A volatilidade será alta devido às incertezas geopolíticas e econômicas. Apesar desses desafios, a mensagem é para não ficar paralisado: o foco deve ser no investimento de longo prazo e na aposentadoria. A renda fixa pode ser uma aliada em um cenário de juros elevados para proteger o capital.