A Semana 35 de 2025 foi um mês de extremos. O mercado brasileiro, que começou o "mês do desgosto" com incerteza, teve uma arrancada impressionante com o Ibovespa batendo um novo recorde histórico, enquanto o dólar caiu. No cenário internacional, o mercado de criptoativos teve uma semana de alta expressiva, mas as discussões sobre uma possível "bolha da inteligência artificial" e os problemas estruturais de economias como a China e a Europa pautaram o noticiário.
Estados Unidos: A atividade empresarial acelerou em agosto, o que, ironicamente, é visto como um obstáculo para a queda dos juros, que é o que o mercado e o presidente Trump desejam. O PIB americano, no entanto, subiu 3,3% no segundo trimestre, superando previsões. A semana foi marcada por novas tensões geopolíticas e tarifárias, mas as bolsas (S&P, Nasdaq) continuam batendo recordes. A Nvidia, por sua vez, registrou um salto no lucro de 59% e se consolidou como um "colosso" da tecnologia.
Europa: A economia europeia continua em sua "lenga-lenga de sempre", com a produção industrial da Zona do Euro caindo 1,3%. A inflação subiu na França, Espanha e Alemanha, o que é um sinal de alerta e um possível empecilho para a queda dos juros. As bolsas europeias fecharam sem direção única, aguardando o resultado do encontro entre Trump e Putin. O PIB da França e Portugal subiu pouco (0,3% e 0,6%, respectivamente), enquanto o da Itália recuou. A França enfrenta o medo de um colapso econômico devido à sua alta dívida (114% do PIB). A desocupação na Alemanha superou 3 milhões de pessoas pela primeira vez em 10 anos.
Ásia (China): A situação na China também é preocupante, com a desaceleração da produção industrial e das vendas no varejo. A crise imobiliária continua: a empresa Evergrande foi retirada da bolsa após o fracasso em sua reestruturação, um marco da crise. Além disso, o desemprego entre os jovens está acima de 14%, levando a uma prática trágica em que eles pagam para frequentar "escritórios falsos" e simular que estão trabalhando. A China está focada em dominar o mercado de carros elétricos e a corrida pela inteligência artificial.
Ouro e Petróleo: O ouro subiu, mas depois teve uma leve queda devido a um acordo comercial entre Japão e EUA. No acumulado de 5 anos, no entanto, a valorização é de impressionantes 73% em dólar. O petróleo também subiu, mas depois recuou, ficando na faixa dos US$ 66 o barril, um patamar que, historicamente, os produtores não deixam cair muito.
Cenário Político-Econômico: O Brasil criou 129 mil empregos com carteira assinada, mas este é o menor número da série histórica desde 2020. A inadimplência e o déficit das estatais (R$ 2,1 bilhões em julho, o maior da história) estão subindo, e o gasto com juros da dívida pública atingiu R$ 941 bilhões em 12 meses. O governo autorizou uma análise sobre a "lei da reciprocidade" contra os EUA e o Presidente Lula disse que "não tem pressa". A semana foi dominada pela "Operação Faria Lima", que investiga um esquema de lavagem de dinheiro bilionário envolvendo fundos de investimento e postos de combustível controlados pelo PCC. A forma como o governo e a mídia divulgaram o caso gerou críticas, com a acusação de que o governo estaria usando a operação para "queimar" a imagem da Faria Lima como uma cortina de fumaça, além de culpar o deputado Nikolas por um crime que a investigação começou em 2023. O cenário político é de instabilidade, com uma pesquisa da Atlas Intel indicando Tarcísio vencendo Lula em um eventual segundo turno, o que explica a reação positiva da bolsa.
Selic e Inflação: O IPCA-15 subiu 0,3% em julho, puxado pela energia elétrica. A inflação anualizada está em 5,35%, acima da meta oficial. O COPOM, na semana passada, manteve a taxa Selic em 15% ao ano, interrompendo o ciclo de alta.
Bolsa de Valores (IBOVESPA): O Ibovespa subiu 2,5% na semana, se recuperando de quedas e fechando em quase 138.000 pontos, um ótimo desempenho diante da incerteza.
Câmbio e Dólar: O dólar caiu quase 2% na semana, fechando em R$ 5,42, um ótimo patamar para o país e para quem investe no exterior.
Cenário Político-Econômico e Outros: A atividade econômica cresceu 6% em maio, o sétimo mês consecutivo de alta. O FMI fechou um acordo para liberar bilhões. No entanto, a semana foi muito ruim para o Presidente Milei, que foi alvo de denúncias de corrupção contra sua irmã. Ele disse que as denúncias eram uma farsa, mas a acusação mancha sua imagem às vésperas de eleições legislativas, que já seriam um teste para seu governo. A popularidade de Milei está em 57%, a terceira maior entre líderes mundiais, em contraste com a de Lula, que é de 32%.
O mercado de criptomoedas encerrou a semana em um tom de cautela e com tendência de queda para os principais ativos. O Bitcoin e o Ethereum, em particular, sentiram a pressão dos dados macroeconômicos e de um movimento de aversão a risco no mercado global. O Bitcoin (BTC), por exemplo, não conseguiu manter a alta e fechou o período com uma desvalorização de mais de 5%, chegando a ser negociado abaixo de US$ 110 mil — o menor patamar em sete semanas. Apesar da queda no curto prazo, o Bitcoin ainda acumula uma valorização de 84% no ano, demonstrando sua resiliência a longo prazo.
Da mesma forma, o Ethereum (ETH) seguiu a tendência de queda do Bitcoin, com a volatilidade marcando o período e o ativo sendo negociado abaixo de US$ 4.400 no final da semana. A maioria das altcoins (criptomoedas alternativas ao Bitcoin), como Solana e XRP, também registrou perdas, refletindo a cautela geral do mercado.
No entanto, o cenário não foi de todo negativo. Notícias institucionais trouxeram um fôlego para o setor, como o anúncio de uma mineradora apoiada por filhos de Donald Trump de que pretende ter ações negociadas na Nasdaq. Além disso, o mercado viu um aumento de investimentos em startups de cripto e blockchain, totalizando US$ 3,9 bilhões em rodadas de financiamento. Isso indica que, apesar da volatilidade de curto prazo, o interesse e o capital de longo prazo continuam presentes.
Para o futuro, o mercado de criptoativos está em um momento crucial. O Bitcoin precisa se manter acima do suporte de US$ 112 mil para evitar novas quedas. Uma recuperação na dominância do Bitcoin e a confirmação de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) nos EUA poderiam impulsionar um novo ciclo de alta. Por isso, a recomendação é continuar atento ao cenário regulatório e à adoção institucional.
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No Brasil, o clima de incerteza política e econômica continua, com as tensões com os Estados Unidos e a contagem regressiva para as tarifas de Trump no radar. A "Operação Faria Lima" deve continuar sendo tema de discussão. A recomendação é manter a calma, pois não é momento para desespero, mas também não é hora de se aventurar em investimentos de alto risco. A renda fixa permanece atrativa, e a diversificação de portfólio, incluindo criptoativos e investimentos no exterior, é fundamental para proteger o capital em um ambiente de alto risco.