A Semana 27 de 2025 foi extremamente positiva para o mercado brasileiro, com o Ibovespa atingindo uma nova máxima histórica e o dólar em um dos menores patamares em mais de um ano. Globalmente, o foco esteve na continuidade das tensões geopolíticas e em dados econômicos que influenciam as políticas de juros.
Estados Unidos: A semana teve a celebração da independência americana. No entanto, o déficit comercial subiu 18%. Foram criadas 147 mil vagas de emprego, um número acima das expectativas, o que pode atrasar a queda dos juros, que são vistos como "inimigos" para a maioria dos mortais. A briga entre Elon Musk e Donald Trump continua, com Trump mencionando a possibilidade de deportar Musk, embora isso seja improvável. O país viu a aprovação de um pacote fiscal do Trump, que promete diminuir impostos, mas aumentará a dívida de longo prazo. As bolsas (S&P, Nasdaq) bateram recordes, assim como o Ibovespa. Milionários e bilionários de Nova York estão considerando mudar para a Flórida devido a propostas de um candidato socialista para prefeito, que incluem congelamento de aluguéis e aumento de impostos em bairros específicos. A inflação subiu 0,2%, ligeiramente acima do esperado, mas ainda em um número razoável. A produção industrial teve queda de 0,2%, e as vendas de moradias caíram 13,7%, sugerindo uma desaceleração. A próxima semana promete ser agitada, com a entrega de "cartas tarifárias" para 12 países e negociações sobre o TikTok.
China: O lucro industrial chinês caiu 9,1%. O governo emitiu diretrizes de apoio financeiro para estimular o consumo e o Banco Central prometeu ajustar a política monetária. As bolsas asiáticas subiram com a possibilidade de uma resolução das tarifas e um acordo comercial confirmado com os EUA. A China está investindo fortemente em drones, e suas exportações desaceleraram em maio, com a deflação se aprofundando, o que levanta comparações com a "década perdida" do Japão.
Europa: A inflação está alinhada com a meta, mas o desemprego subiu ligeiramente (6,3% na Zona do Euro e 6,5% na Itália). As vendas no varejo da Alemanha caíram 1,6%. A Europa é vista como um lugar burocrático e engessado, dificultando o empreendedorismo e o crescimento. A confiança do consumidor da Zona do Euro caiu mais que o estimado em junho. No entanto, Espanha e França anunciaram cortes de impostos, e a Europa planeja produzir milhões de drones para defesa. As bolsas europeias avançaram com o otimismo dos acordos comerciais.
Cenário Político-Econômico: O principal destaque foi o "roubo do século", onde hackers desviaram mais de R$ 1 bilhão de sete instituições, com um suspeito preso. O caso gerou estranheza pela facilidade do acesso. O Brasil abriu quase 150 mil vagas de trabalho em abril, com queda do desemprego, mas o número de beneficiários de programas sociais continua crescendo. A dívida bruta do Brasil está subindo "fora de controle", podendo ultrapassar 80% do PIB neste governo. Estatais como os Correios podem precisar de até R$ 5 bilhões da União para evitar colapso. Os brasileiros já pagaram R$ 2 trilhões em impostos. A arrecadação é recorde, mas as contas públicas têm déficit. Há uma briga entre o governo e o Congresso, com o PT lançando um site para cadastrar influenciadores pró-governo e o STF suspendendo decretos do IOF, evidenciando a fragilidade do governo. A eleição de 2026 já começou e o cenário político influencia diretamente o mercado.
Selic e Inflação: O IPCA-15 desacelerou para 0,26% (primeiro recuo no preço dos alimentos em 9 meses), e o IGPM caiu 1,67% em junho. A inflação anualizada, no entanto, ainda está em 5,32%, acima da meta. Apesar de uma alta de 0,25% na Selic na semana anterior (para 15%), a inflação continua alta, e o país tem a segunda maior taxa de juro real do mundo. Isso prejudica empresas, com mais de 30 mil entrando em recuperação judicial.
Bolsa de Valores (IBOVESPA e IFIX): O Ibovespa fechou nas máximas históricas, superando os 141.264 pontos, um novo recorde. Embora tenha recuado ligeiramente na sexta-feira após a decisão de juros, o desempenho geral da semana foi muito positivo e não há o que reclamar.
Câmbio e Dólar: O dólar fechou a semana em R$ 5,42, sua menor cotação em mais de um ano, acumulando queda na semana. Essa queda é vista como uma ótima oportunidade para internacionalizar o patrimônio e viajar para os EUA, tornando a "Disney" mais acessível.
Cenário Político-Econômico e Outros: A atividade econômica da Argentina cresceu quase 8% no primeiro trimestre de 2025, impulsionada pelo consumo privado e investimentos, demonstrando que as medidas de Milei estão "girando a máquina" econômica. Ele citou os atentados da década de 90 e classificou o Irã como "inimigo". Apesar do crescimento, as reservas do país complicam o acordo com o FMI, e a bolsa e o peso argentino não tiveram um bom primeiro semestre. Manifestações contra a austeridade de Milei continuam, e o futebol argentino teve seus clubes eliminados do Mundial de Clubes.
Foi uma boa semana para o mercado, com Ethereum e altcoins subindo mais de 5%, e o Bitcoin encostando nos US$ 110.000. Já há quem fale no Bitcoin atingir US$ 200.000. Baleias (grandes detentores) movimentaram 20.000 Bitcoins (equivalente a R$ 10 bilhões) após 14 anos paradas, tendo pago apenas R$ 1 por Bitcoin. A BlackRock Brasil defendeu que cripto é uma realidade e não faz sentido ignorá-la. Em momentos de conflito global, o Bitcoin tende a cair, pois investidores buscam liquidez em um mercado que funciona 24/7.
A próxima semana promete ser tensa no cenário internacional, com a entrega de "cartas tarifárias" dos EUA para 12 países e negociações sobre o TikTok. No Brasil, a disputa entre governo e Congresso, além dos desdobramentos do "roubo do século" e das discussões sobre novos impostos e a fragilidade fiscal, continuarão a influenciar o mercado. O Brasil é considerado a "bola da vez" para investidores estrangeiros devido aos problemas em outros países emergentes, mas a insegurança jurídica e a política do governo atual (foco em BRICS anti-Ocidente) afastam o capital. Há otimismo com um "trade Tarcísio" (ou outro candidato de centro-direita), que poderia impulsionar o Ibovespa para 160.000, 180.000, e eventualmente 200.000 pontos pós-eleições, caso haja uma mudança de governo. A recomendação é acompanhar o curto e médio prazo, mas investir para o longo prazo, aproveitando a renda fixa e a diversificação em um cenário que, apesar das incertezas, oferece oportunidades.