Seja bem-vindo ao resumo semanal do mercado financeiro:
A Semana 23 de 2025 foi marcada por uma performance estável do Ibovespa, apesar de um recuo no mês, e por uma queda acentuada do dólar. O cenário internacional destacou preocupações com o crescimento econômico e tensões geopolíticas, enquanto o mundo dos criptoativos observou discussões sobre a adoção de moedas digitais por grandes empresas. A grande "treta" entre Elon Musk e Donald Trump gerou impacto direto nas ações da Tesla.
Estados Unidos: O PIB da economia americana encolheu 0,2% no primeiro trimestre (segunda leitura), e o núcleo da inflação em abril foi de 2,5%, sem grandes surpresas. O mercado imobiliário mostrou um cenário preocupante, com o número de vendedores superando compradores em 34% (o maior índice desde 2013), indicando um possível recuo nos preços. A dívida americana continua a crescer, aproximando-se de US$ 37 trilhões, o que gera preocupação pela ausência de investimentos em infraestrutura que justifiquem tal endividamento. Trump pressiona o Federal Reserve (Fed) por corte de juros. A Bolsa Tech teve uma semana relativamente tranquila. Houve notícias sobre a criação de 37 mil vagas no setor privado em maio (abaixo do esperado) e 139 mil vagas no payroll (acima do esperado), indicando que as empresas estão criando menos novas vagas para o futuro, com demissões notadas no setor de tecnologia.
Europa: A inflação na Zona do Euro desacelerou para 1,90%, uma ótima notícia, e as vendas do varejo subiram um pouco. A taxa de desemprego caiu ligeiramente e o PIB da Zona do Euro cresceu 0,6%, acima do esperado, o que levou o Banco Central Europeu a cortar os juros em 0,25%. O desemprego na Itália e Espanha atingiu o nível mais baixo desde 2008. A Alemanha aprovou um pacote de redução de impostos, e as bolsas europeias subiram, apesar das sanções ainda estarem no radar e das tensões com a China. O crescimento europeu continua baixo, atrelado à burocracia e alta carga tributária.
Ásia: A China busca controlar as "terras raras", minerais críticos essenciais para novas tecnologias (carros elétricos, exploração espacial), gerando interesse e possíveis tensões com EUA e Rússia. O país também está preocupado com o impacto dos veículos elétricos ultra-baratos no mercado global e a briga comercial com os EUA continua a ser um fator de risco para a indústria automobilística.
Cenário Político-Econômico: O crescimento da produção industrial foi quase nulo (+0,1%). Já se fala em uma nova alta da Selic, o que seria "péssimo", dado que o governo continua injetando dinheiro na economia, o que, na visão dos especialistas, contraria os esforços de controle da inflação. O Brasil está crescendo menos do que poderia, a taxas de países desenvolvidos (2% a 2,5%) em vez de países emergentes (5% a 7%). O governo avalia cortar 10% de benefícios tributários. A desaprovação do Presidente Lula aumentou (chegando a 53,7%), mesmo com a distribuição de benefícios sociais e a isenção da conta de luz para muitos, o que é atribuído à falta de resultados concretos e ao esmagamento da classe média com impostos. Há uma preocupação com a situação fiscal do país e a tributação de setores como criptoativos para compensar perdas de arrecadação.
Selic e Inflação: A inflação acumulada em 12 meses está em 5,40%, o que é considerado alto, dado que a taxa de juros (Selic) está próxima de 15%. A alta do IOF é equiparada por analistas a um aumento de juros para 15%. As apostas em uma nova alta da Selic vêm aumentando.
Bolsa de Valores (Ibovespa): O Ibovespa fechou a semana estável, por volta dos 137.000 pontos, mas o gráfico da semana mostrou um recuo dos 137.000 pontos para 136.200, quase perdendo os 136.000, o que gerou frustração após expectativas de 150.000.
Câmbio (Dólar/Real): O dólar teve uma semana de queda significativa, fechando em R$ 5,56, o menor nível em 8 meses e um recuo de quase 10% em 2025. Isso é visto como uma notícia excepcional e pode baratear viagens internacionais.
O Bitcoin segue lateralizado, operando na faixa dos US$ 103 mil a US$ 105 mil, enquanto as altcoins recuaram. A semana foi marcada por discussões sobre a possível adoção de criptoativos como meio de pagamento por grandes empresas como X (Twitter), Apple e Airbnb. A ideia de usar stablecoins (moedas digitais atreladas a ativos como o dólar) em transações foi destacada como um "cavalo de Troia" para a adoção mais ampla do ecossistema cripto. No Brasil, cresce a crítica à possibilidade de tributação das criptomoedas para substituir o IOF, com o temor de que ambas as taxações sejam mantidas.
A próxima semana, será dominada por um cenário de incertezas e alta volatilidade. A desaprovação do governo e a inflação descontrolada, somadas à taxa de juros elevada e à confusão gerada pelo IOF, criam um ambiente desafiador. A falta de clareza sobre o controle fiscal e a possibilidade de sanções contra o Brasil, relacionadas às disputas com o STF e EUA, são pontos de atenção. Medidas apelativas do governo e a crescente polarização política devem intensificar a volatilidade do dólar e gerar incerteza no mercado, que precisará entender a direção que o país tomará.