A Semana 29 de 2025 foi marcada por uma forte alta do Bitcoin, mas trouxe um cenário de queda para o Ibovespa e leve alta do dólar no Brasil, impactado pelas novas tarifas de Trump e uma escalada da crise política interna. O cenário geopolítico global e as políticas monetárias continuam ditando o ritmo dos mercados.
Estados Unidos: A produção industrial subiu 0,3% em junho, e as vendas no varejo também aumentaram, o que, ironicamente, pode dificultar a queda dos juros, que são vistos como um "inimigo". A briga entre Elon Musk e Donald Trump continua, com Trump mencionando a possibilidade de deportar Musk e criticando as taxas de juros americanas, que deveriam estar mais baixas. O Fed, por sua vez, mostrou em ata um pequeno apoio ao corte de juros ainda em julho ou agosto, o que seria "excepcional" para o mercado e poderia impulsionar ativos. Trump anunciou tarifas de até 30% para sete países, e a Nvidia se tornou a primeira empresa a atingir US$ 4 trilhões em valor de mercado. As bolsas de Nova York tiveram um desempenho misto, com a semana fechando "no zero a zero" para os índices gerais. Os investidores estão acumulando ações de tecnologia no ritmo mais rápido em 16 anos.
China: Os preços ao consumidor subiram pela primeira vez em 5 meses, mas a economia ainda tenta reaquecer. A guerra de preços entre fabricantes leva à maior deflação em quase dois anos. O PIB chinês avançou 5,2% no segundo trimestre, em linha com a previsão, mas é um ritmo de crescimento menor do que o histórico. O país está tentando impulsionar a inteligência artificial e a Nvidia deve se beneficiar da retomada de vendas na China.
Europa: A produção industrial subiu 1,7% na Zona do Euro, mas as taxas anuais de inflação (Zona do Euro e Reino Unido) e italiana subiram, gerando preocupação de que os juros não caiam. Portugal aprovou um pacote antimigração que afeta brasileiros. As exportações na Alemanha e a produção industrial no Reino Unido e Itália caíram. As bolsas europeias fecharam sem direção única.
Ouro e Petróleo: O ouro teve uma leve queda na semana, mas continua com um aumento de 40% no ano, mostrando ser um ativo seguro em tempos de incerteza. O petróleo subiu após três dias de perdas, voltando para a faixa dos US$ 69/US$ 70 o barril. Esse patamar é considerado "mágico" pelos produtores, que encontram formas de mantê-lo alto quando cai abaixo dos US$ 70.
Cenário Político-Econômico: O Brasil abriu quase 150 mil vagas de trabalho em abril, com queda do desemprego, mas o número de pessoas recebendo benefícios do governo continua a aumentar. A dívida bruta do Brasil está "fora de controle", subindo muito e podendo chegar acima de 80% do PIB neste governo. O déficit das estatais e a necessidade de R$ 5 bilhões para os Correios são exemplos de problemas financeiros. Os brasileiros já pagaram R$ 2 trilhões em impostos. O governo Lula é visto como em "guerra" com o Congresso e o STF, e lançou um site para cadastrar influenciadores pró-governo. A eleição de 2026 já começou, com a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Bolsonaro (com tornozeleira eletrônica) e a notificação de Tarcísio, gerando grande instabilidade política. O tarifaço de 50% de Trump sobre o Brasil (a maior tarifa aplicada no mundo) provocou uma sangria de ativos locais, com queda do Ibovespa e alta do dólar. Essa medida é vista como uma resposta à postura "antiocidente" do governo Lula, que tem se alinhado aos BRICS (China, Rússia, Irã) e criticado os EUA. O governo brasileiro tem sido lento para negociar e ameaça retaliar os EUA, o que pode agravar a situação, impactando exportações (petróleo, ferro, café, carne, aeronaves) e aumentando a inflação. A popularidade do Presidente Lula caiu.
Selic e Inflação: O setor de serviços cresceu 0,1% e as vendas no varejo recuaram 0,2% em maio. Os preços subiram 0,24% em junho, fazendo com que o país estourasse a meta de inflação (5,35% anualizada). A alta da Selic não tem sido suficiente para controlar a inflação, o que é visto como um sinal de que o governo está "tacando gasolina" na economia enquanto o Banco Central tenta apagar o incêndio.
Bolsa de Valores (IBOVESPA): O Ibovespa perdeu os 134.000 pontos, e se aproximou dos 133.000, sofrendo um "susto" e revertendo a tendência de alta anterior, principalmente devido ao embate político-tarifário com os EUA. O IFIX (índice de Fundos Imobiliários) também caiu.
Câmbio e Dólar: O dólar subiu de R$ 5,54 para R$ 5,58, devido ao aumento do risco político e tarifário, embora a alta não tenha sido tão grande quanto o risco sugeriria.
Cenário Político-Econômico e Outros: A justiça argentina intimou Cristina Kirchner e outros condenados a pagar mais de R$ 3 bilhões por corrupção. O Presidente Lula defendeu Kirchner, afirmando que sua visita não era uma "intervenção política", o que gerou críticas por hipocrisia, dada sua postura em relação à opinião de Trump sobre o Brasil. A inflação na Argentina subiu ligeiramente (0,1%), mas menos do que o esperado, e o país alcançou o menor índice de pobreza desde 2018. O governo Milei continua dissolvendo organismos públicos para cortar gastos. A Moody's elevou a nota da Argentina, embora o país ainda esteja em patamar especulativo.
Foi uma semana muito boa para o mercado. O Bitcoin superou os US$ 120.000, puxando o Ethereum e XRP, que também dispararam. As altcoins tiveram ganhos expressivos, com o "mapa das criptos" todo verde. A movimentação de "baleias" (grandes detentores) que pagaram R$ 1 por Bitcoin há 14 anos e agora movimentaram bilhões, demonstra o potencial de longo prazo. A facilidade de investimento em cripto, com ETFs e corretoras oferecendo acesso, é destacada.
A próxima semana será crucial para o Brasil, com a escalada da tensão política e a guerra tarifária de Trump. A instabilidade gerada pela operação contra Bolsonaro e a revogação de vistos de autoridades brasileiras por Trump pode levar a mais sanções, como congelamento de bens ou bloqueio de ativos. A postura do governo brasileiro, priorizando o alinhamento com BRICS e atacando os EUA, é vista como um fator de risco. No entanto, há um potencial de "trade" caso um candidato de centro-direita ganhe força nas pesquisas (ex: "trade Tarcísio"), o que poderia levar o Ibovespa de 140 mil para 180 mil pontos antes das eleições, e até 200 mil pontos após. A recomendação é manter o foco no longo prazo, investir em boas empresas, diversificar e não se paralisar pelo medo.